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Me apresentando

  • Foto do escritor: pandradegomes
    pandradegomes
  • 13 de mai. de 2023
  • 9 min de leitura

Atualizado: 21 de jun. de 2023

Meu nome é Patrícia de Andrade Gomes Goulart.


Goulart por ser casada com Ludwig Aramuni de Araújo Goulart. Este livro foi escrito por mim, mas meu marido está contido nele em todos os momentos, pois tudo que aprendi com Deus e compartilho aqui com vocês agora, aconteceu a partir do momento em que Deus fez com que fôssemos apresentados um ao outro, no dia três de maio de 2003. Nossa vida espiritual e material é completamente entrelaçada. Nosso Pai tem um amor imenso por nós dois e nos deu de presente um ao outro.


Somos, à primeira vista, muito diferentes um do outro. Ludwig é visto pelas pessoas como o extrovertido, falante, aquele que chama todas as atenções para ele pelo seu carisma sobrenatural. Ele aglutina as pessoas à sua volta. Eu sou a “quietinha”, que fala pouco e observa muito. Nada passa despercebido ao meu olhar. Sempre fui extremamente tímida e é curioso como escolhi uma profissão onde todos estão me olhando e prestando atenção em mim.


Eu sou uma pacata professora de Biologia que trabalha para o governo do estado do Rio de Janeiro há vinte e cinco anos, que amo plantas, bichos, posso ficar parada analisando o caminho feito pelas formiguinhas, presto atenção na tonalidade do céu, amo astronomia e paleontologia e o mais prazeroso: abraço árvores.


Eu sempre tive uma vida muito simples, estudei no Colégio Pedro II e de lá fui para a Universidade Federal do Rio de Janeiro, ou seja, sempre fui muito estudiosa e consegui a vida toda estudar em instituições gratuitas. Nunca dei problema algum aos meus pais em relação aos estudos. Já o Ludwig, pelo que a mãe dele mesmo conta, dava um trabalho doido à ela, porque ele dizia que não era obrigado a estudar, ela tinha que travar uma batalha para ele levantar da cama e ir para a escola. A mãe dele sempre foi professora de música e o colocou para estudar no mesmo colégio onde ela dava aula. Não estou diminuindo meu marido, ao contrário, a inteligência dele é bem acima da média de um simples mortal como eu, e por isso ter uma vida regrada de estudos era difícil para ele.


Ludwig trabalha desde que tinha quinze anos. Fez incontáveis viagens internacionais a negócios, morou nos Estados Unidos, foi um grande empresário da área de comunicação, ganhou troféus por seus trabalhos publicitários e já foi ganhador de um disco de platina tocando músicas flamencas. Antes de conhecê-lo, o máximo de viagem que eu fazia era passar as férias na casa dos meus avós em Iguabinha, no Rio de Janeiro mesmo. Nunca tinha viajado de avião, não tinha celular e também achava que não precisava de um. Para mim quem precisava de celular era parteira, também não tinha computador.


Nossa diferença de idade é de quatro anos, sendo que cronologicamente sou mais velha que ele. Mas sua experiência de vida é de um homem de oitenta e cinco anos. Ludwig é envolvido com tudo relacionado à informática e a aparelhos eletrônicos e eu não sei nem diferenciar ipad de ipod. Sou da época do mimeógrafo e das provas em folhas de papel almaço. Acho que ele nem sabe o que são essas coisas. Quando nós nos conhecemos eu nem tinha computador, a única maneira de comunicação que alguém poderia ter comigo era através do meu telefone verde fixo que ficava no meu quarto.


Quando Ludwig me conheceu eu parecia uma personagem de novela chamada “Juma Marruá” de uma novela que, por sinal, eu amei assistir e que se chamava “Pantanal”. Meus apelidos, dados por ele, durante o início do nosso namoro, eram Juma, Bronquinha e Azedume.


Coisas difíceis aconteceram em minha vida como acontecem na vida de todos. Minha mãe faleceu em 1993, aos quarenta e seis anos, eu tinha vinte e dois. E eu carreguei durante muito tempo o sentimento de culpa por considerar que não tinha sido tão boa filha como poderia ter sido e por não ter estado tão presente durante a doença dela. Mas tudo isso passou. Aprendi que sentimento de culpa não iria me ajudar em nada, que a idade faz a gente se tornar melhor e eu não tinha como voltar atrás no tempo. Certamente com a experiência de vida que tenho hoje, poderia ter feito bem melhor do que fiz, mas não temos como viver tudo de novo e consertar o passado. Não existe máquina do tempo onde possamos entrar e reverter aquilo que fizemos que não foi tão bom quanto gostaríamos.


A única solução é fazer o melhor hoje, fazer o melhor com outras pessoas, se transformar num ser humano melhor.


Um acontecimento muito marcante aconteceu comigo em 1997. Consigo enxergar Deus nisso apesar de ter sofrido uma perda física. Fiz uma cirurgia em novembro daquele ano para retirar um ovário por causa de uma doença chamada endometriose. Um dia eu senti tanta dor que não podia mais colocar meus pés no chão, precisei ser carregada no colo até o hospital.


Em 97, a endometriose não era ainda muito bem estudada, nem o médico que me atendeu sabia dizer muito sobre ela, apenas que se tratava de uma doença onde o endométrio, que é o revestimento interno do útero, cresce em outras partes do corpo também. Isso causa inflamação, muita dor e até a infertilidade. Só que dou graças a Deus que me permitiu continuar com o outro ovário, poderia ter sido pior, poderia hoje não ter nenhum dos dois. Fiquei um tempo tomando medicação, fazendo exames periódicos, acompanho isso tudo desde que tinha vinte e cinco anos, meu Pai me manteve anestesiada para não ter dores parecidas com aquela novamente. Apesar da enfermidade, fui fazer minha prova de concurso para professora.


Me recuperei bem dessa história toda. E a vida iria seguir em frente.


Desde o início do nosso encontro, começamos a buscar Deus incessantemente, queríamos entendê-lo mais e queríamos mais intimidade com Ele.


Quero falar de uma coisa muito engraçada que aconteceu conosco bem no início do nosso relacionamento. Como já falei com vocês, quando Ludwig me conheceu eu era praticamente “um bicho do mato”, só fazia o que me dava vontade, era praticamente uma fera precisando ser domada, assim como a "Juma Marruá" que já falei com vocês. Se não fosse um encontro programado com muito amor por Deus, não existiria possibilidade daquilo tudo dar certo. Eu não iria chamar alguém de amor assim à toa, eu me sentia uma mulher muito independente e que não podia mostrar fragilidade a um homem.


Para começar a chamá-lo de “amor”, precisei passar por uma situação de dor, literalmente falando.


Antes de sairmos de nossas casas de solteiros e irmos para nosso primeiro apartamento como casal, nós dois passamos uma semana num hotel para procurarmos anúncios de aluguel no jornal. Foi um período marcante, porque Ludwig lembra disso sempre rindo. Ele me deu umas pantufas de abelhinha de presente e eu comecei a pular na cama do hotel super animada e super alto até que levei um grande tombo no chão. Doeu demais e parecia que meu pescoço tinha entrado no corpo. Fiquei deitada na cama, imóvel, sussurrando com a voz rouca de dor: “Amor, amor, amor, acho que eu fiquei aleijada, o que vai ser de mim agora?!!! Chama um médico!!!” Ele garante que essa foi a primeira vez que eu chamei-o de “amor”.


Esse primeiro apartamento era em uma linda rua chamada Dona Mariana, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. É um lugar que guardo em meu coração e lembro de todos os detalhes daquele apartamento. Em nosso sofá de couro branco (parecia um grande trono branco), Deus nos deu uma música chamada “Obrigado Pai”. A letra da música é assim:


Eu digo Adonai, obrigado Pai

Só o Senhor faz bem

Baruch hashem (Bendito seja o nome)

Baruch hashem (Bendito seja o nome)

Tô me sentindo muito sozinho, tantas pedras no caminho

Eu sei que vou me encontrar, porque vou te encontrar

Não quero mais essa dor, meu coração tá se enchendo de amor

Do meu amor, do teu amor


Força pra quando achar que não vai dar pra levantar

Força pra quando achar que a derrota vai chegar

Força pra enxergar a luz

Obrigado Pai

Baruch ata adonai (Bendito seja o Senhor)

Obrigado Pai

Baruch ata adonai (Bendito seja o Senhor)


Essa canção faz parte do CD: Mipi El, da boca de Deus.


Nós dois estamos passando juntos pelo processo de ter cada vez mais intimidade com Deus e por isso o chamamos de Pai. Para Ele contamos tudo que nos aflige, pedimos o que achamos que precisamos, choramos, clamamos, pedimos para nos mostrar qual caminho é o melhor, colocamos diante Dele nossas dúvidas.


Ele é um Pai muito cuidadoso com os mínimos detalhes de nossas vidas. Ele se interessa até pelo que comemos e sabe a nossa cor favorita. Nesse processo sabe quantos fios de cabelo Ludwig perdeu, quantos fios estão grisalhos hoje.


Somos totalmente direcionados por Ele e vivemos nossas vidas mergulhados na fé. Queremos sempre fazer o máximo para agradá-lo, buscando ser filhos obedientes e estamos cada vez mais alcançando curas em nossas vidas e podendo ajudar outras pessoas a encontrarem suas bênçãos também.


Morávamos há pouco tempo nessa casa, quando conhecemos uma pessoa especial naquela época da vida, um pastor chamado Maninho. Com ele fomos até onde ele morava, em Queimados, Rio de Janeiro, em plena madrugada. Num campo de futebol, ajoelhados, ele nos perguntou se aceitávamos Jesus. Foi um dia bem marcante em nossas vidas.


Através desse pastor, conhecemos uma moça que nos convidou para uma reunião na casa dela, para conversar sobre as coisas de Deus. Lembro que pedi a Deus que aquele dia fosse só o primeiro de muitos. Ele me atendeu, com certeza.


A partir disso, começamos a fazer reuniões em nossa casa. Não tínhamos todos os móveis ainda, então as reuniões eram feitas em banquinhos de plástico na sala e eram momentos agradáveis na presença de Deus, iniciando um longo caminho.


Cada um tem uma história só sua com Deus, uma história que é única e a minha história com Deus está estreitamente relacionada com a minha congregação chamada Beit Tefilat Yeshua, que significa Casa de Oração do Senhor Yeshua (Senhor Jesus) e não posso deixar de contar essa linda história para vocês.


Um colega do Ludwig, que participava das reuniões em nossa casa, o levou para conhecer um lugar especial. Ele falava para o Ludwig: “Você tem que conhecer o nome, Yeshua Hamashiach”. Nós nunca tínhamos ouvido falar naquele nome, mas a sede de conhecer Deus era tão grande que Ludwig foi com ele. No começo, ele frequentava o lugar sozinho, pois os encontros eram nas sextas-feiras à noite e esse era o dia em que eu dava aula.


Esse lugar era bem pequeno, pequeno mesmo, o Ludwig ficava posicionado do lado da porta de entrada e cada um que chegava fazia Ludwig correr o risco de bater com os dentes no microfone. Tinha um homem tocando um instrumento de percussão azul, pessoas em pé cantando em outra língua que não era o português e a música era muito animada. O lugar transmitia muita alegria, não importava o pequeno espaço que havia para se mexer. Aquele seria o lugar onde o Eterno colocaria a mim e a meu marido para nos ensinar, nos edificar, nos corrigir, nos aprimorar, nos abençoar.


Havia um rapaz que tocava violão na hora dos louvores e começou a ensinar algumas músicas ao Ludwig. Rapidamente ele começou a aprender as músicas e passou a tocar o violão enquanto o homem do “tambor azul” o acompanhava. O homem do “tambor azul” era o líder da BTY ( Beit Tefilat Yeshua), Eduardo Stein Maroniene.


Começaram a chamar o Ludwig de levita e eu preciso te explicar o que é isso, porque eu nunca tinha ouvido essa expressão na minha vida e pode ser que você também não conheça ainda. As pessoas da congregação falavam: “Esse é o levita que nós tanto pedíamos em oração”. Levita é quem toca os louvores para Deus durante o serviço religioso.


Nós dois nem sabíamos que ele tinha sido chamado por Deus para esse serviço. Nem Deus tinha nos avisado sobre isso. Ludwig sempre havia trabalhado com música, era conhecido no meio, tinha gravado um cd para uma novela brasileira, tinha tocado nos Estados Unidos, mas que ele iria tocar para Deus, nosso Pai, era uma surpresa até mesmo para ele.


A gente nem sabia que existiam doze tribos em Israel e que uma delas se chamava Levi. Nós iríamos começar a aprender tudo que precisávamos saber ali, na BTY.


Fomos batizados e casamos na BTY.


Uma das coisas que aprendemos é que um casal precisa ser casado perante os homens e perante Deus para que possa morar junto. Nós já morávamos juntos como marido e mulher antes de entrarmos para a BTY e então aprendemos que isso não agrada a Deus. Então, nos casamos no cartório e recebemos as bênçãos de Deus em Sua casa. Tenho certeza absoluta que nosso Pai era o grande convidado da festa e estava lá se agradando muito da nossa decisão. Tínhamos os homens e os anjos de Deus como testemunhas. Quem segurava o talit (xale nupcial que se estende sobre os noivos) eram seres celestiais.


Deus é bom demais comigo. Além de abençoar minha vida, meu Pai está salvando toda a minha família, um a um.



 
 
 

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