Falando um pouco mais sobre mim
- pandradegomes
- 13 de mai. de 2023
- 8 min de leitura
Eu detesto gatos, com todas as minhas forças. Tenho meus motivos, pois já tomei um monte de injeções contra a raiva quando eu era pequena e as injeções eram na barriga. Mais de uma vez na vida fui arranhada por gatos e precisei tomar vacina antirrábica. Uma vez, quando eu morava com meus pais na vila do Humaitá, uma vizinha me chamou e eu fui lá, coloquei o rosto na janelinha da casa dela e a gata que ela tinha me deu um arranhão bem perto do olho. Minha avó também tinha gato em casa e uma vez eu estava segurando o gatinho no colo e alguém chamou a atenção dele, ele se assustou e enfiou as unhas na minha barriga. E também fui arranhada quando eu era bem criança, bem perto do olho, dessa vez deu um probleminha e eu até fiquei com uma marquinha perto do olho.
Se você gosta de gatos, me desculpe, mas eu quando vejo um, literalmente mudo de calçada para não precisar passar por perto. Eu sempre tenho a sensação de que se eu fosse brincar com um gato, ele pularia no meu pescoço e enfiaria as unhas em mim. Eu acho que eles não precisam dos humanos para nada e que você dá carinho e ele te dá um arranhão. Então, eles lá e eu cá.
Mas, tirando os gatos, eu adoro animais, sempre amei bichos, natureza, plantas, flores. Ah tá, esqueci de dizer que também não tenho simpatia pelas galinhas. Eu acho a galinha um bicho esquisito, aquele andar meio com a cabeça caída para frente, toda sem jeito, aquela pata feia jogando areia para trás e quando ela dá aquela batida nas asas me dá aflição. Para que bater as asas daquela jeito se ela não vai voar mesmo??? Será que ninguém avisou às galinhas que elas não podem voar?! E vai entender como alguém pode gostar de ficar chupando pezinho de galinha no almoço.
E também não suporto pomba. Eu não sei porque. Acho que é porque não vejo para que ela serve. Ela faz um barulho meio assustador, faz um monte de cocô e transmite toxoplasmose. Fica lá paradona, sujando tudo, emitindo um som estranho. Bom, não simpatizo muito com as pombas também.
E as tartarugas me causam aflição. Acho a vida de uma tartaruga muito sofrida. Aquela carapaça presa no corpo, parece que ela está exausta de viver e carregar aquele peso. A carinha dela é feia também, aquele pescocinho e aquele movimento de colocar a cabeça dentro da carapaça. Sei lá, tenho pena das tartarugas.
As disciplinas que sempre gostei mais no colégio sempre foram ciências e biologia. Sempre tive muitas dificuldades em entender história. Minhas notas eram sempre razoáveis, cinco ou seis, não mais que isso. E hoje me faz uma falta danada saber mais de história.
Quando eu era menor, brincava de ser cientista, ficava coletando formigas, as colocava nas minhas panelinhas, cobria de terra e fazia anotações de como elas se saíam nas minhas experiências.
Minha grande tribulação sempre foram os problemas nos dentes e idas ao dentista. Tantos problemas, tantas obturações, tantos tratamentos de canal. Se eu fosse contar minhas horas de consulta, quanto tempo já passei sentada em uma cadeira de dentista, poderia trocar por milhagem de avião e faria muitas viagens internacionais. Bem que alguém poderia ter inventado isso. Dava para ter conhecido todos os continentes. Podia ter um passaporte para consulta dentária, tantos pontos valem uma viagem.
Sempre tive herpes labial, usava pomada nos lábios até que desisti de vez, porque aos 51 anos esse troço me adora. Vou dormir sem nada e acordo com um bocão, todo inchado e com as bolinhas de herpes, parecendo com a boca da Angelina Jolie.
Já fui dama de honra da irmã do meu pai. Contam a história de que me levaram ao salão, arrumaram meu cabelo todo, só que eu não entendia nada daquilo, eu era criancinha, cheguei em casa e fui tomar banho para me preparar para o casamento, molhei o cabelo e destruí toda minha escova. AHAHA. Vai ver que no meu interior eu já não gostava de casamento católico. Eu nunca gostei daquela música que toca quando a noiva entra na igreja. Eu pensava que se um dia eu fosse me casar na igreja nunca que eu iria colocar aquela música e que coisa mais sem criatividade, toda noiva com a mesma música. Graças a Deus que meu casamento foi diferente.
Eu amava carnaval, amava o som da bateria de escola de samba. Até já fui para o Sambódromo sozinha. E não me dava por satisfeita até o sábado das campeãs. No namoro com o Ludwig consegui convencê-lo a ir uma vez comigo na arquibancada. Estava uma chuva danada e eu toda feliz fazendo uma coreografia ridícula ao som do samba. Saía à caça de blocos, assistia a apuração das escolas pela televisão. Já fui em quadra de escola de samba também. Tinha a minha escola de samba favorita e torcia mesmo por ela, o que não se explica já que nunca tive vínculo algum com Nilópolis.
Gosto de gérberas, não gosto de usar perfume, me esforço para usá-los, mas fico enjoada e irritada com o cheiro no meu nariz, eu não sou fashion mesmo. Não tenho nenhuma roupa amarela, nem vermelha, tenho horror à flores de plástico ou à buquês de flores. Flor para mim tem que ser na natureza ou em vasos, aquele cheiro de buquê de flores me faz lembrar cemitério, o que eu posso fazer?
Não tenho medo de andar de avião. Se puder, vou sempre na janela para poder olhar todos os detalhes da paisagem. Não consigo andar de salto alto por muito tempo, minhas pernas e pés logo começam a reclamar, amo tomar banho, gosto de rúcula e abobrinha. E não consigo comer nada que leve queijo gorgonzola.
Meu cabelo sempre luta comigo querendo ficar em pé, meus cabelos novos ficam pequeninos e arrepiados e eu sempre pareço que não penteio o cabelo. Acho que meu braço direito é mais curto que o esquerdo, arranquei os quatro dentes sisos, sempre tive muito juízo, sou muito branca, com muitos sinais espalhados pelo corpo, ando muito de tênis e o dedo polegar direito é achatado, eu digo que foi o elefante que pisou.
Infelizmente, há muitos anos tenho o que os oftalmologistas chamam de “moscas volantes”, que são umas bolinhas pretas que insistem em passear pelos meus olhos a todo momento, quando estou na claridade fica muito pior, as bolinhas ficam andando por dentro dos meus olhos, sou totalmente fotofóbica, se não estiver de óculos escuros sou capaz de perder o ônibus, porque vou ficar me esforçando para enxergar o número e não vou conseguir.
Sou igual a todo mundo, não gosto de filas e não gosto de esperar. Tenho horror de buzina de carro, tenho horror ao barulho do meu interfone. Sou super sensível quando alguém agarra meu cabelo sem querer e o puxa, eu saio do sério. Não rôo unha, não uso lente de contato, mas já estou precisando da ajuda de óculos para digitar e ler, tenho 1,65 de altura e os quilos não gostaria de informá-los agora.
Erro por ser sincera demais, então nunca me pergunte se gostei da roupa que você está vestindo, porque se eu não gostar vou dizer que não gostei e você não vai gostar. Se você não quer ouvir a verdade não me faça perguntas. Se você aparecer com um vestido roxo de bolinhas verdes e me perguntar o que eu achei, eu, com toda certeza, vou dizer a verdade, ou seja, vou dizer que não gostei nem um pouco. Então, não sou a pessoa mais indicada quando alguém quer ouvir um elogio sobre uma roupa que está usando.
Sinto muito frio, muito frio mesmo, em qualquer lugar que tenha ar condicionado já quero um casaco. Não sei dirigir, mas sei andar de bicicleta, nunca acampei, adoro macacos, não tenho coordenação motora muito boa para jogar vídeo-game. Fico muito impaciente em engarrafamentos. Sempre fui apaixonada por vôlei, chegava ao cúmulo de passar o dia inteiro na praia, com um sol escaldante na cabeça, sem comer, sem beber, gritando freneticamente para quem eu torcia. E uma coisa que eu odeio muito, mas muito mesmo é aquele barulho de saco de pipoca no cinema. Aquele creque-creque me dá nos nervos, eu perco mesmo a concentração no filme e fico torcendo para aquela pessoa devorar logo aquela pipoca e me deixar em paz.
Eu sou fascinada pelo vento. Eu amo o vento. Amo sentir vento no rosto e sinto a presença de Deus no vento, é como se Ele dissesse que me ama muito, é como um beijo de pai. É como se Deus mesmo estivesse me soprando. Sabe quando você é criança e brincando cai e rala o joelho e sua mãe vem e dá aquele sopro na ferida e você acredita e sente que a dor passou? É assim que sinto o vento. Ele é um carinho de Deus.
Já diriam Fernando Pessoa: “Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido” e Luiz Fernando Veríssimo: “Os tristes acham que o vento geme; os alegres acham que ele canta”.
Silêncio. O silêncio é algo que acho fascinante. É tão bom ficar prestando atenção no silêncio.
Eu tive tantas oportunidades de viajar. Esse é um grande presente que Deus me deu, porque acho a maneira ideal de investir dinheiro. Eu não tenho muitas ambições materiais, não entendo muito de carro, e eles não enchem meus olhos, sei que minha casa sempre vai ser morada do Eterno, então a casa que Ele escolher para mim vai ser sempre a melhor, não gasto fortunas em sapatos como tantas mulheres gostam de fazer, não ligo se a minha roupa vai ser de uma marca famosa ou não, então viajar, para mim, é onde acho legal de gastar dinheiro. Pude ver a neve caindo e fiquei fascinada com a experiência. Parecia uma criança que ganhou um presente que ia além de suas expectativas.
Eu adoro assistir Silvio Santos, não gosto muito de novelas, gosto dos programas de TV sobre animais, ecologia, biologia, lógico né?!
Gosto bastante de sorvetes, até os de milho verde, porque todo mundo que eu conheço diz que não gosta.
Sempre gostei muito de fotografia, acho que eu deveria ter feito um curso, acho tão chique quando vejo alguém com aquelas super câmeras com aqueles super zooms, fazendo pose para tirar foto dos outros, acho um barato. Meu pintor favorito é Van Gogh, aquelas pinceladas no Noite Estrelada são impressionantes.
Eu sou ruim demais em tudo que envolve tecnologia. Eu não sei usar o telefone celular direito, não sei diferenciar ipad de ipod, não sei trocar cartucho de impressora, tudo isso para mim é tão complexo, eu não tenho culpa se na minha época de escola eu fazia provas rodadas em mimeógrafo. Já ouviu falar disso? Não, né! Ou então as provas eram em papel almaço. Também nunca ouviu falar. Não se esqueça, tenho 51 anos.
Eu não fui educada com computadores, celulares e esse monte de coisas da internet, eu nunca entrei num twitter, nem sei como faz, meu facebook foi meu marido que criou para mim e ele é que me deu meu primeiro celular, com alguma relutância minha, que dizia para ele que eu não precisava de celular, porque quem precisava de celular era parteira.
Eu li muitos livros da Agatha Christie. Gostava muito das histórias dela, lia um livro em pouquíssimos dias, tinha uma vasta coleção dos livros que saíam nos jornaleiros. Gosto muito de filmes de suspense daqueles bem ruins, é bom dar uns pulinhos de susto.
Sempre fui estudiosa, o meu pai até vivia me dizendo: “Vai ficar careca de tanto estudar”. Sempre fui bem responsável com os assuntos de escola. Lembro-me bem dos meus coleguinhas brincando na vila onde eu morava e eu lá estudando para as provas do Pedro II.
Sou apaixonada por chuva e acho relâmpagos e trovões o máximo. Amo aquele cheirinho de terra molhada que fica quando chove. Se você estiver num lugar de mata, onde dá para escutar os sapos todos felizes com a chuva, melhor ainda. Chuva é bom demais.

Uma casa sempre marcou minha vida. Era a casa em Iguabinha. Casa de campo dos meus avós maternos, onde passei grande parte da minha vida. Quero falar sobre essa casa para vocês.
Comments